CONHEÇA ESTA HISTÓRIA

Durante meu trabalho, tenho problemas com famílias de baixa renda, de crianças sem certidão de nascimento, usuários de drogas. Mas a dificuldade maior de um Agente de Saúde, é não ter a oportunidade de entrar em uma casa, de escutar os problemas, as alegrias e o dia-a-dia de nossa comunidade.

Durante um dia de trabalho, fazendo minhas visitas domiciliares, cheguei em uma determinada residência onde sempre estava fechada. Neste dia foi diferente, alguém estava na casa. Ao me apresentar como ACS, dona Eulália negou-se a falar comigo, recusou-se a se cadastrar, dizia não precisar do meu trabalho, do trabalho realizado no PSF.

O tempo passou e meu trabalho foi rendendo frutos e dedicação aos que me recebiam com carinho. Nunca deixei de ir na casa de dona Eulália, e sempre recebia um não. Assim passou-se 3 anos e um dia subindo para a minha micro área, dona Eulália me cumprimentou diferente, e pediu algumas informações. Perguntou-me sobre medicações e curativos.

Naquele momento, percebi que poderia ser a oportunidade que tanto desejei. Seu esposo hipertenso e diabético, tinha dificuldades de se locomover, necessitava de uma visita domiciliar especializada de uma médica. Informei que para ter uma visita domiciliar técnica, suporte para os curativos e as medicações, ela teria que se cadastrar, me receber mensalmente, e que naquele momento eu iria fazer parte do dia-a-dia deles.

Dona Eulália aceitou nosso trabalho em seu lar. Hoje, seu esposo tem suporte médico e técnico em seu lar, seus curativos são realizados com frequência. Hoje somos amigas, hoje ela faz parte de nossos clientes que somados chega à 11.000.

Hoje, sei que o trabalho que faço é de formiguinha, que o carinho, paciência, amor e dedicação, faço a diferença. Com promoção, prevenção e uma pitada de dedicação e carisma, posso fazer a diferença.

O nome da usuária é fictício, mas a história é real, e toca muito quando lembro, e estou feliz por poder compartilhas com vocês.

 História contada pela ACS Flávia Victor